sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Paciência

Que paciência tens tu para me escutar a mim
Para me ouvir o queixume e o lamuriar
Juro que se fosse eu que me ouvisse assim
Não teria paciência para me escutar

Que paciência tens tu para me escutar a mim
Para me ouvir a tristeza e o refilar
Juro que se fosse eu que me ouvisse assim
Já me tinha mandado passear

Escutas-me os desatinos, a alma às avessas
E todas essas coisas confessas
Aplacas com os teus ouvidos cordatos
As dores, os achaques, os terrores nocturnos
Os cheliques, os tiques, os pânicos profundos
Mitigas com os teus ouvidos sensatos

Ó ouvidos abençoados que tu tens
Ó boca perfeita para nunca pronunciar o demais
Queria ouvir-me como só tu o sabes fazer
Calado para os meus próprios ais.

Sem comentários: